Em movimento

Não sei se sugestionada pela ecografia, em que descobrimos que temos um bebé muito activo, mas tenho tido a sensação de sentir alguns movimentos. Parece-me muito cedo, mas fiquei quase com a certeza de ter sentido algo muito ao de leve dentro da minha barriga, já por duas ou três vezes. Aconteceu sempre quando estava deitada no sofá, muito sossegada a ver televisão. Agora que já sei qual é a sensação sei que vou sentir mais cedo, porque consigo identificar com facilidade, o que na primeira vez não acontece. Mas tão cedo? Será possível?
Bem...mas de um movimento tive a certeza. Quando, na última consulta (dia 23 de Dezembro) a médica colocou a sonda da ecografia na minha barriga fez pressão e aí senti nitidamente um pontapé! E essa não foi imaginação porque a imagem já estava no écran e vi aquele ser minúsculo de 6 cm a dar o pontapé! Impressionante.

Adeus Pai Natal!

E lá se passou mais um Natal... foi bonito! Reuni o mais importante do mundo: a família toda junta, com saúde, com alegria e em paz. O meu filho é um menino feliz e a ervilha que está cá dentro porta-se exemplarmente. O Pai Natal não se esqueceu dele e já recebeu algumas coisinhas: dois bodys, umas meias, umas botinhas de algodão, um brinquedo da Chicco (uma vaca, porque será?).
Comi alguns doces, mais do que devia, mas não consegui resistir. Ainda me nascia a criança com cara de filhó, ou de rabanada, ou de sonho de abóbora. Pode lá ser!
Tentarei compensar a partir de 10 de Janeiro!

Consulta

Mesmo em vésperas de Natal a segunda consulta da formiga mais nova e da mamã pançuda correu muito bem. Tudo em ordem com as análises, tudo bem com a ecografia, peso excelente - só engordei meio quilo (ainda bem que a consulta não foi depois do Natal, eh,eh,eh). Retirou-me sangue para o primeiro rastreio pré-natal e marcámos datas para novas análises e nova consulta. Fiz aquelas perguntinhas que vão surgindo no dia-a-dia e que guardo para a consulta, como por exemplo se posso ou não pintar o cabelo (o H. trouxe-me um cabelo mais forte mas cheio de brancos...). Posso pintar a partir do segundo trimestre, embora no primeiro não seja proibido, qualquer químico que se introduz no organismo é de evitar.
Finalmente coloquei-lhe a questão sobre a recolha de células do cordão umbilical para congelamento, uma prática recente e divulgada por uma empresa privada belga. Eu li o site deles todo de uma ponta a outra e fiquei com muitas dúvidas... A médica disse-me simplesmente que a opinião médica mundial é que não vale a pena. A percentagem de aquilo vir realmente a ser necessário, estando utilizável, e depois resultar é baixíssima. É uma grande ideia comercial que mexe com os sentimentos mais profundos de quem vai ser pai/mãe. Não desanconselha, de modo algum, mas também não fala desse assunto a nenhuma das suas doentes. E assim ficámos com mais esta questão para decidir! Vamos entretanto perguntar a opinião do pediatra e depois a decisão tem que partir mesmo de nós. Aqui a questão central nem está tanto na parte financeira (1000 Euros), porque há coisas que não têm preço e seguramente a saúde de um filho é uma delas...mas há tanto que ponderar em termos éticos e deontológicos em relação ao que pode acontecer àquele material genético que estamos a enviar para parte incerta...
Entre isto e "compro ou não um novo carrinho?" vai uma diferença grande. São decisões que nos põem a cabeça a ferver.

Finalmente a ecografia das 12 semanas!

Foi ontem e correu muito bem. Foi um momento mágico aquele que vivemos ontem...uma emoção inexplicável. Parece que estávamos a viver tudo aquilo pela primeira vez. E a verdade é que é como se fosse a primeira vez. É uma nova vida que está a formar-se, um novo ser, um bebé diferente. As diferenças já são patentes para já, mas também as semelhanças entre manos já se fazem notar. Detectámos exactamente o mesmo formato de nariz o que nos espantou, mas é verdade que o perfil é exactamente igual. O comportamento é que é totalmente diferente. Este pequenino é de uma vivacidade fora do comum. A própria médica estava espantada com tantos movimentos. E deu-nos os parabéns uma série de vezes por aquele que ela definiu como "um bebé que é uma ternura".
Em cinco minutos conseguiu medir todos os parâmetros que precisava, incluindo a translucência da nuca que apresentava um valor normal. Depois das medições foi tempo para "apreciar" o bebé. Contámos dedos das duas mãos, vimos pernas e pés, estômago, cérebro, ouvimos o coraçãozinho a bater a 180 pulsações por minuto e tivemos até tempo para contemplar o tal "narizinho" que encantou a médica (também ela uma ternura de pessoa, diga-se de passagem) e nos deixou a nós pais, ainda mais babados, se é que isso é possível.
A serenidade que este bebé me transmite diariamente não me tem enganado. Afinal está aparentemente tudo bem com ele. Agora só o voltarei a ver, provavelmente, no fim de Fevereiro, vou ter saudades. Mas tenho sempre o VHS para recordar. E posso continuar a sonhar com este bebé que me enche os olhos de lágrimas e o coração de ternura. Nunca tomei uma decisão tão boa como esta.

Passei definitivamente a barreira entre o "olhar desconfiado" e o "está grávida?". Passo a explicar: hoje duas pessoas me perguntaram directamente e sem hesitar se estava grávida. Até agora já tinha recebido alguns olhares de lado, desconfiados, e fiquei com a sensação que a pessoa só não tinha perguntado o que pensara com medo de receber uma resposta do género "Grávida, eu, não que ideia, estou é gorda!".
Agora as poucas pessoas com quem me relaciono diariamente, colegas de trabalho e afins, que ainda não sabem - não ando propriamente com um cartaz na cabeça - vão ficar a saber. E pronto... este cenário é às 11 semanas! Estou a ficar uma bolinha.

Isto responde à tua pergunta da pança, Susana?

Está tudo tão bem, tão calmo e tão sereno que nem há nada a dizer. Às vezes até me esqueço! Sinto-me absolutamente normal. E muito bem. Agora, que já nem durmo 12 horas por dia, ainda mais. Às doze semanas costuma dizer-se que entramos na fase cor-de-rosa da gravidez. Eu tenho estado numa permanente fase cor-de-rosa. Só espero que continue tudo assim.

Notas da semana 10

- uma paragem de digestão no fim de semana fez-me perder os dois quilos que tinha ganho.
- cara cheia de borbulhas (estou tão feia...)
- o sono começa a passar, já não adormeço no sofá depois do jantar, voltei a ter serão.
- cada vez mais feliz com o novo rebento e orgulhosa da barriguinha.
- ansiosa pela ecografia de dia 21.
- quase todos os presentes de Natal comprados.
- muita coisa por embrulhar.
- o mano decidiu que afinal o mano é mesmo uma mana mas vai chamar-se Sofia (não está com muita sorte).

Pança

O tempo está a passar depressa. Dou por mim a pensar que daqui a três semanas já estou a entrar no segundo trimestre. Que vou fazer a primeira ecografia a sério. Que vou fazer o primeiro rastreio pré-natal. E daqui a três semanas já é Natal. E este Natal o único presente que peço é que estes primeiros exames estejam todos normais e que eu possa ficar descansada. Não é que não esteja...mas a verdade é que por muito calma que esteja uma mãe, as dúvidas surgem sempre. Há sempre uma certa ansiedade, razão que leva qualquer mãe acabada de dar à luz, a destapar pernas e braços do seu bebé para contar dedos e verificar tudo tim tim por tim tim. Não fosse esta tosse idiota que parece ter vindo para ficar, e estaria mesmo a 100%. Não há enjoos de todo, nem as pequenas crises que tive nas primeiras semanas, e o sono avassalador também está a começar a abrandar lentamente. Já estou quase a conseguir voltar a ter uma "vida normal", ou seja voltar a tomar as rédeas das coisas lá de casa que entretanto perdi. A má notícia é que a minha balança indica-me mais dois quilos...e isto não me parece bom. Já sei que vou levar a maior rabecada da médica. O que vale é que da outra vez foi o mesmo, engordei imenso no primeiro trimestre, no segundo idem, mas no terceiro cheguei até a perder peso. Acabei por só engordar 13 quilos, o que até nem foi mau de todo. Recuperei o peso quase todo para aí três meses depois do parte e nove meses depois já tinha voltado ao normal, até fiquei com um bocadinho menos.