Nove Meses

Impressões e notas de uma segunda gravidez. Por mamã babada e seu primogénito de dois anos.

A Constança já tem
Lilypie Baby Ticker

27.4.05

Musical

Ontem a Constança foi ao seu primeiro espectáculo musical. O mano ia quase todas as semanas ao cinema, ao teatro ou a concertos, mas as coisas mudaram mesmo desde essa altura (porque será?) e tirando duas idas ao teatro, a Constança, que me lembre, ainda não tinha ido a mais nenhum espectáculo. Foi ontem ouvir um musical bem animado - Mamma mia. Apropriado até no nome, não?
A verdade é que simplesmente não parou de se mexer. Mexer é uma palavra muito suave para aquilo que sinto dentro da minha barriga nas últimas duas semanas. Esta menina de lady tem muito pouco, e os movimentos dela são verdadeiros testes de resistência à placenta. Pressiona o meu umbigo com uma força tal que parece querer saltar cá para fora. Ontem a música animou-a e foram as mais de duas horas de espectáculo em permanente actividade.
Quando o espectáculo recomeçou, após o intervalo, o som entrou demasiado alto e ela assustou-se. Senti nitidamente aquele movimento de susto dos bebés recém nascidos. Esticou-se e ficou com os pés (penso que deviam ser os pés...) fincados na parte superior da minha barriga...assim a pressionar deliciosamente o diafragma, de forma a me deixar quase sem conseguir respirar.

Será que ela vai ser assim reguila cá fora? Estou mesmo curiosa por saber...

21.4.05

Mmmmmm.....

Acho que já estás mesmo a ver o mundo de pernas para o ar... muito pontapé tenho levado no diafragma.
Menina rebelde, hein? Sai a quem? À mãe não é, que sempre foi uma paz d'alma.

Ponto de situação da barriga:
Grande. Muito grande. Várias pessoas me julgam em fim de tempo...

19.4.05

Confesso

Não posso entrar em lojas de roupinha para bebé. Perco-me. E como não posso comprar tudo o que vejo, fico a pensar naquelas coisas nos dois dias seguintes.
Credo, que futilidade.

Dois meses. DOIS???!!!!!????

Se nascer com o mesmo tempo de gestação que o mano...daqui a dois meses já nasceu. Digam-me como é que é possível.
Ver as fotografias de recém-nascidos e ler mensagens como esta...deixam-me com uma daquelas vontades que seja já, já...
Entrar no quartinho dela e pensar no que (ainda) está por fazer a todos os níveis, fazem-me desejar que estes dois meses estiiiiiiiquem.

Não percebo nada disto

É o segundo, mas ainda assim não percebo nada disto. Eu bem tento perceber em que posição é que ela poderá estar. Se aquele alto duro que sinto é o rabo, a cabeça ou as costas. Se os movimentos mudaram de local. Se serão pontapés ou murros. Inútil. Sei que se farta de mexer, que sempre que acordo a meio da noite está em movimento, que durante o dia também tem bastantes períodos de actividade. Reage à voz do pai e do mano. Mexe-se menos quando o pai está fora (esta é espantosa, mas real). Mãos "desconhecidas" na minha barriga são motivo para se imobilizar de imediato. De resto...continuo sem perceber nada disto.

18.4.05

O mundo ao contrário?

Diz quem vê de fora que a minha barriga mudou de configuração nos últimos dias. Olhando de cima para baixo o que me parece é que está mais subida, menos empinada, mais arredondada. Típica "barriga de menina" (eu não acredito nestas coisas, mas que está completamente diferente da que fiz do H., lá isso está!). Ontem tinha uma permanente vontade de ir à casa de banho, que me leva a pensar que houve mudança de posição.
Será que a Constança já está a "ver" o mundo ao contrário? Hummm. Será?

15.4.05

Sonos trocados?

Sempre que acordo a meio da noite (por breves instantes...que eu só acordo quando preciso de mudar de posição...de resto nem para o tradicional xixi das pré-mamãs preciso de acordar. Digam lá, mamãs: sortuda!) estás sempre em grande actividade, filhota. Enquanto eu durmo serenamente tu fazes a festa aqui por dentro. Não fosse o facto de fazeres a mesma coisa durante todo o dia, eu diria que já vinhas com os sonos trocados. Assim...fico a pensar que não páras mesmo, seja dia ou seja noite. Dás-me umas pausas por volta da hora de almoço, em que ficas mesmo quietinha e, de resto, é só pedalar!

13.4.05

Em paz

A Constança porta-se bem. Muito bem mesmo. A mãe da Constança anda muito atarefada fora e dentro de casa. Temos que apressar o ritmo porque a hora aproxima-se e quero tudo organizado para, quando a princesa chegar, só ter olhos para ela e ter todo o tempo do mundo para lhe dedicar. Se há lição que aprendi com o primeiro filho foi que a baixa de parto fez-se só para uma coisa...cuidar do bebé. Já não me restam ilusões nem pretensões de organizar os álbuns de fotografias, ou ler aqueles livros que ganham pó na estante. Um recém nascido é uma ocupação a tempo inteiro. E é assim mesmo que tem que ser. Por isso...tenho que me esforçar agora um bocadinho, porque daqui a 80 dias...já é tarde!
Mas a minha filhota parece ser uma verdadeira princesa e dá-me muito pouco trabalho e tirando a barriguinha já bem proeminente e as tais das dores nos ossos da bacia quando abuso do ritmo, é quase como se não se estivesse a passar nada. Para compensar dá-me constantemente sinais de que está bem, acordando-me com os seus deliciosos pontapés e continuando pelo dia fora até à noite com movimentos regulares para descansar a mamã.
Eu continuo rendida aos encantos do estado interessante...porque de facto deve haver poucas experiências tão ricas como esta. E a tentar aproveitar ao máximo cada minuto destes últimos meses. O meu coração diz-me, e a minha consciência confirma-me, que não voltarei a passar por esta situação. Quero aproveitar cada momento.
Já estou apaixonada por esta filha. E o estado de paixão nesta fase nem sempre é assim tão claro e linear. Mas agora que olho para o menino já tão crescido que tenho, sei o que vem aí. E é muito mais fácil, mais palpável, mais real. Com ele parece que só se tornou efectivamente verdade depois dele nascer, até aí parecia inacreditável que eu fosse MÃE!

5.4.05

Consulta

Mais uma consulta. E mais uma vez tive oportunidade de espreitar a minha pulguinha mais pequena. Estava alegremente de cabeça para cima, uma perna esticada e outra encolhida de forma a que se via o pé em frente da cara (?). Eu não disse que ela era malabarista? E eu a pensar que ela já estaria voltada de cabeça para baixo. Nada disso...a rapariga não quer cá nada dessas confusões. E além disso com tanto espaço para nadar para quê estar parada?
Estava tudo bem com os valores das ultimas análises. Agora não preciso de fazer mais nenhumas, só daqui a mais um mês e serão as últimas. A tensão está excelente (10/6), o peso idem e os valores das glicémias também estão normais (tirando uns dias mais estranhos nos quais ainda nem percebi bem o que se passou). Posso passar a fazer apenas duas picas por dia. O que já é mais aceitável.

Fiquei a saber que a história da segunda gravidez ser normalmente mais curta que a primeira não se verifica cientificamente. Cada caso é um caso. Que a episiotomia é praticada em praticamente 90% dos casos. Que a recuperação da segunda episiotomia é muito melhor que a primeira (acho que esta foi para me consolar...). E que a médica acha que eu devia meter baixa porque é estúpido continuar a fazer 60 Km de carro por dia... chegar a casa e ter um filho de três anos para cuidar. Diz que não entende a crença geral de que as pessoas abusam das baixas. As pacientes dela só metem baixa em último caso e muitas são as que trabalham até ao fim da gravidez. Fez-me prometer que pensava no assunto. Eu vou pensar. Por enquanto sinto que ainda posso continuar. Assim que sentir que de alguma maneira me está a afectar a mim ou a qualquer um dos meus filhos pararei.
E faltam menos de três meses para conhecer a minha preciosa Constança. Que bom!

4.4.05

Sonhos

As grávidas têm muitas vezes sonhos estranhos. Eu tive esta noite o primeiro. Tinha nascido a minha menina, mas eu estava tão tonta e tão baralhada que ainda nem tinha tido tempo de a vestir. Estava embrulhada numa mantinha, completamente nua. Entretanto esquecia-me de a alimentar, porque ela também não chorava com fome. Já estava em casa, pelo que a criança já deivia ter uns quatro dias. Não tinha tido ainda a subida do leite, mas não parecia preocupada com o assunto. A minha mãe foi lá a casa e ficou chocada com aquilo tudo. Obrigou-me a começar a dar-lhe biberon. Eu não aceitei e continuei a tentar dar-lhe mama. De repente o leite começou a surgir...mas apenas da mama esquerda, a direita estava completamente vazia.
Não tinha pés nem cabeça este sonho, mas eu até percebo de onde vêm estas questões todas. O facto de não ter conseguido sequer vestir a bebé tem a ver com o medo inconsciente que sinto de não dar conta do recado. Tenho medo que um segundo filho, com o meu ainda tão dependente em tanta coisa, seja muito difícil para mim. Este receio é inconsciente, porque racionalmente sei que conseguirei dar conta do recado tal como as outras mães conseguem. Não sou mais nem menos do que ninguém.
A segunda parte do sonho, a da alimentação, tem a ver com uma espécie de trauma que eu tenho com a amamentação. Com o H. a coisa não correu da melhor forma, tendo acabado por só o amamentar um mês. Supostamente fiquei sem leite, mas sinto que a inexperiência, a falta de orientação e o meu sistema nervoso não ajudaram. Agora estou empenhadíssima em que o processo decorra melhor. Acho que já percebi o que falhou na primeira vez e estou confiante. Mas logicamente que o assunto me está a afectar, mesmo que no subsconsciente.

1.4.05

A Sofia

Descobri de onde vem a paranóia do H. pelo nome Sofia. Por acaso a mania já passou e de há um bom tempo para cá já só se refere à mana como Constança ou como Conchinha (diminutivo que o próprio sugeriu e que o pai também já adoptou...). Mas descobri, foi ele que me disse e eu fui confirmar, que uma das coleguinhas da sala dele (por acaso a ex-namorada que deixou de o ser porque lhe mordeu a mão...) vai ter uma mana que se vai chamar...Sofia, pois claro! E é daí que vem! Eu sempre achei que tinha que haver uma história por detrás do nome Sofia, uma vez que ele não conhece ninguém com esse nome. Aí está. A amiga vai ter uma mana Sofia e ele entendeu que a sua também havia de ter o mesmo nome.

O primeiro pontapé

O H. sentiu ontem o primeiro verdadeiro pontapé da mana. Pus-lhe a mão na minha barriga, num período de grande actividade, e ele sentiu em cheio na sua mãozinha um tremendo pontapé. Os olhinhos e a boca abriram-se de espanto...sentiste? E ele: sim! O que era? O bebé!
Ficou espantado, maravilhado, encantado, surprrendido. Ontem percebeu que efectivamente está qualquer coisa dentro deste balão!

As picas

Comecei hoje. Fiz em jejum e depois do pequeno almoço. 90 e 109. Valores normais. Tal como já esperava. Agora só faltam mais duas: depois do almoço e depois do jantar. Se os valores se mantiverem normais não tenciono continuar a picar-me quatro vezes ao dia. Duas bastarão para ir controlando os valores.
Na primeira gravidez cumpri à risca e fiz as quatro análises por dia praticamente até ao fim da gravidez. Inicialmente, cumpri também religiosamente a dieta que a médica me deu. Os resultados estavam baixissimos, proximos da hipoglicémia. Tive que ir adaptando o regime alimentar até conseguir encontrar o ponto de equilíbrio. Depois até ao fim tudo decorreu normalmente, comigo a fazer as quatro medições diárias.
Desta vez apliquei, praticamente desde o início da gravidez, o tal regime alimentar. Que não é regime nenhum, trata-se simplesmente de abolir o açúcar e reduzir um pouco os hidratos de carbono. Agora resta-me continuar e certamente tudo vai continuar normal.